Permitam-me um breve olhar sobre o “todo” que chamamos Karate.

Ao entrarmos neste mundo, nesta mini-sociedade que é o mundo das Artes Marciais, a primeira coisa que aprendemos é o Kihon 基本 “os fundamentos”. Aprendemos a deslocarmo-nos e as várias formas e aplicações de técnicas.

Numa segunda fase, aprendemos os Kata 型 “formas/padrões” – estes são de facto a perpetuação do ensino original dos mestres fundadores (seja qual for o estilo de Karate).

Numa terceira fase aprendemos os Bunkai 分解 o que significa literalmente “compreensão das partes” e, imediatamente após, aprendemos as Ôyô 応用 “aplicações”.
Ou seja, aprendemos o movimento (Kihon), COMO deve ser executado (Bunkai) e a sua APLICAÇÃO (Ôyô) prática em COMBATE (Kumite 組手).

Não há a menor dúvida que esta sequência lógica de ensino/aprendizagem conferem outra dimensão à arte praticada porque, sem a menor sombra de dúvidas, o praticante percebe e compreende os objetivos dos movimentos de forma madura e sólida.

Agora, a questão é: será que realmente ensinamos/aprendemos um Bunkai consistente?

Visto o ensino em escolas ocidentais e até hoje NUNCA vi um único ponto vital ser ensinado nestas escolas!

Uma coisa é a bela “teoria” outra coisa é a crua “realidade” do ensino marcial… É que para ensinar tal matéria tem-se de saber realmente e isso implica ESTUDAR a arte! Quer nas vertentes desportivas quer nas vertentes mais “marciais” do Karate a instrução de combate ser direccionada “a um nível” genérico (Jôdan 上段, Chûdan 中段 ou Gedan 下段) sem nunca ser especificado qual ponto vital específico a atingir.

Uma coisa é a mística do Karate preciso e efetivo, outra coisa é o ensino/aprendizagem de qualidade propriamente dito…

OSS!


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